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Sītā Rānī ● सीता रानी

Ela é conhecida como Jānaki mas é mais conhecida pelo nome de Sita, derivado da palavra sânscrita Sītā, o que significa arado ou sulco. De acordo com o Ramayana, o rei Janaka encontrou-a enquanto arava como parte de um yagna (sacrifício ritualístico védico) e adotou-a.

A palavra Sita era um termo poético na Índia antiga, o seu imaginário impregnado de fecundidade e as muitas bênçãos provenientes da agricultura tradicional. A Sita do Ramayana pode ter sido nomeada devido a uma mais antiga deusa védica também chamada Sita, que é mencionada uma vez no Rigveda como uma deusa da terra, que abençoa a terra com boas colheitas. Na era Védica, ela era uma das deusas associados com a fertilidade. Um hino védico (Rig Veda 04:57) recita:


Sânscrito:


अर्वाची सुभगे भव सीते वन्दामहे तवा |

यथा नः सुभगाससि यथा नः सुफलाससि ||६||


Transliteração:


arvācī subhaghe bhava sīte vandāmahe tvā |

yathā naḥ subhaghāsasi yathā naḥ suphalāsasi ||6||


Português:


06 - "Auspiciosa Sita, vem tu próxima; Nós te veneramos e adoramos a ti para que possas abençoar e fazei-nos prosperar e nos trazer frutos em abundância".


Em Harivamsha Purana, Sita foi invocada como um dos nomes da deusa Arya:


"Ó deusa, você é o centro do altar no sacrifício, a taxa de Sita para o sacerdote, para aqueles que detêm o arado e da Terra para todos os seres vivos".


O Kausik-sutra e Paraskara-sutra associá-la repetidamente como a esposa de Parjanya (um deus associado com as chuvas) e Indra.


Sita é conhecida por muitos epítetos. Ela é chamada janaki como a filha do rei Janaka; Maithili como a princesa de Mithila. Como a esposa de Rama, ela é chamada de Ramā. Seu pai Janaka tinha ganhado o apelido Videha devido à sua capacidade de transcender a consciência corporal; Sita é, portanto, também conhecida como Vaidehi.


- Ramayana -


Sita é a heroína do épico hindu chamado Ramayana.

Ramayana significa “viagem de Rama” e está dividido em sete Kandas (cantos) com um total de 24 mil versos. Agora você entende porque eu li a versão resumida de somente 12 pequenos volumes.


Este épico não é somente uma grandiosa obra literária como também faz parte das escrituras sagradas do hinduismo, pois contém os ensinamentos dos antigos sábios hindus e os apresenta através de alegorias na narrativa e a intercalação do filosófico e o devocional. Estima-se que a versão atual tenha sido escrita por volta de 300 anos A.C.

O Ramayana se tornou popular no sudeste asiático e se manifestou em texto, arquitetura e performance, particularmente na Indonésia, Tailândia, Camboja, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas e Vietnã.


Rama é uma das reencarnações do deus Vishnu, um dos três deuses da tríade hindu (Brahma, Vishnu e Shiva), tríade esta que deu origem a tríade cristã (Pai, Filho e Espirito Santo). Sita, esposa de Rama, é um reencarnação da deusa Lakshmi. Sita é descrita como a filha da deusa da terra Bhūmi Devi e surgida num lago de dentro de uma flor de lótus. Foi encontrada pelo piedoso rei de Mithila, Janaka Maharaja, que a criou como uma filha.

A narrativa purânica (ancestral) conta que o Maharaja Janaka era o guardião do famoso arco de Shiva, tão grande e pesado que era transportado por uma junta de dez bois enormes.


O rei fez um edital, onde Sita seria dada em casamento ao kshatrya (principe e guerreiro) que conseguisse armar o arco de Shiva. Anualmente havia um torneio onde se reuniam os kshatryas mais poderosos para tentar a proeza, mas nenhum deles jamais conseguira sequer erguer o arco.

Rama surgiu no palácio do Maharaja conduzido por um sábio que o apresentou como um sério pretendente à mão de Sita. Rama possuía compleição delicada e era apenas um adolescente de pouco mais de 14 anos.

Meio que relutante o rei permitiu que Rama se apresentasse no torneio como pretendente à mão de Sita, e na tentativa de armar o arco, Rama foi tão poderoso que fraturou o arco ao vergá-lo.

Rama e Sita se casaram numa cerimônia magnífica e depois disso foi levada a Ayodhya, a capital de Rama para ali residir com o esposo.

Por intrigas palacianas, Rama foi condenado ao exílio na floresta por 14 anos e Sita o acompanhou no exílio e também com seu cunhado- Lakshmana.

Sita de bom grado renunciou aos confortos do palácio e entrou no exílio com o marido e enfrentando as dificuldades nas florestas Dandaka e Panchavati. A floresta Panchavati tornou-se o cenário para o seu rapto por Ravana, o rei de Lanka. Ravana seqüestrou Sita, disfarçando-se como um brahmana mendicante, enquanto o marido foi longe buscar um cervo magnífico de ouro para agradá-la. Jatayu, o urubu-rei, que era um amigo de Dasratha (pai de Rama), tentou proteger Sita, mas Ravana cortou suas asas. Jatayu sobreviveu tempo suficiente para informar Rama do que tinha acontecido.

Ravana levou Sita de volta para seu reino em Lanka, e ela foi mantida como prisioneira em um de seus palácios. Durante seu cativeiro por um ano em Lanka, Ravana expressou seu desejo por ela, no entanto, Sita recusou seus avanços e esquivou-se para manter sua castidade.

Rama passa a procurar sua esposa incessantemente e recebe ajuda dos macacos cujo chefe principal é Hanuman. Hanuman descobre que sita, a esposa de Rama foi levada para a ilha de Lanka (atual Sri Lanka, ao sul da Índia).

Como não poderia deixar de ser, o Ramayana mostra e deixa claro o machismo dos homens indianos. Imagine você, que finalmente após tantas lutas e batalhas até encontrar e salvar Sita do cárcere onde Ravana a confinou, seu marido Rama a recebe com frieza dizendo que ela não poderia mais ser a sua esposa, depois de ter habitado a casa de Ravana e certamente ter tido relações sexuais com ele.

Sita diz ser inocente e que enquanto esteve presa nada aconteceu. Rama pede a ela para provar sua inocência e ordena que a sua pira funerária fosse construída, já que ela iria preferir morrer com fogo a viver desprezada por seu marido. Então Sita se atira na pira em chamas. Agni, o deus do fogo, eleva-se, carregando Sita, ilesa para longe das chamas.

A sua inocência foi então publicamente provada pois ela saiu ilesa do fogo, e assim, ela foi aceita novamente por Rama, cujo comportamento ela logo perdoou como uma boa e submissa esposa indiana.


Findo o período do exílio, os príncipes retornam felizes, junto com Lakshman e Hanuman para a cidade de Ayodhya, onde a coroação de Rama e Sita finalmente acontece.

Como este evento se passou na floresta, poucas pessoas, só as pessoas dos vilarejos próximos, testemunharam a inocência de Sita na literal prova de fogo (de onde surgiu tal expressão - agnipariksha). Ao voltar para o principado de Ayodhya, as pessoas de lá começaram a fofocar dizendo que a tal estória da prova do fogo era balela e que Rama é um marido traído.

Irritado, Rama pede a Sita que faça novamente a prova de fogo para as pessoas de Ayodhya. Sita sente-se ofendida e profundamente magoada com o marido pois este dá mais importância ao que os outros dizem do que ao que ele mesmo presenciou com seus próprios olhos.

Sita foi para o exílio uma segunda vez, ela não foi só, ela estava grávida. Decepcionada, Sita perambulava pela floresta e, finalmente, chegou ao eremitério de Valmiki, que lhe deu refúgio em seu eremitério, onde ela deu à luz filhos gêmeos chamados Kusha e Lava. Os outros eremitas não gostavam que Valmiki desse abrigo e proteção para Sita, e eles disseram "Sita é impura, caso contrário, seu marido não teria abandonado ela''.

No eremitério, Sita criou os filhos sozinha, como uma mãe solteira. Eles cresceram valentes e inteligentes, e acabaram sendo aceitos pelo pai. Uma vez que ela tinha testemunhado a aceitação de seus filhos por Rama, Sita procurou refúgio final nos braços de sua mãe Bhumi. Ouvindo seu apelo para a libertação de um mundo injusto e de uma vida que raramente tinha sido feliz, a terra se abriu dramaticamente; Bhumi apareceu e levou Sita embora para um mundo melhor.


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