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Livro 12 Santi Parva (Mokshadharma Parva)


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Alma, corpo sutil.


"Vyasa disse, 'Aqueles que estão familiarizados com as escrituras (Yogins) contemplam, com a ajuda de ações prescritas nas escrituras, (isto é, práticas ligadas com Yoga) a Alma que está vestida em um corpo sutil, que é extremamente sutil e que é dissociada do corpo grosseiro no qual ela reside. Como os raios do Sol que correm em massas densas por todas as partes do firmamento não podem ser vistos pelo olho nu embora sua existência possa ser inferida pela razão, do mesmo modo, seres existentes livres de corpos grosseiros e vagando no universo estão além do alcance da visão humana. Como o disco refulgente do Sol é visto na água em uma imagem contrária, da mesma maneira o Yogin vê dentro dos corpos grosseiros o eu existente em sua imagem contrária. Todas aquelas almas também que estão envolvidas em formas sutis depois de estarem livres dos corpos grosseiros nos quais elas residiam, são perceptíveis para Yogins que subjugaram seus sentidos e que são dotados de conhecimento da alma. De fato, ajudados por suas próprias almas, Yogins vêem aqueles seres invisíveis. Dormindo ou acordados, durante o dia como na noite, e durante a noite como no dia, aqueles que se aplicam ao Yoga depois de rejeitarem todas as criações da compreensão e os Rajas nascidos de ações, como também o próprio poderio que Yoga gera, conseguem manter sua forma linga sob completo controle. O Jiva que mora em tais Yogins, sempre dotados das sete entidades sutis (isto é, Mahat, consciência, e os cinco tanmatras das cinco entidades elementares), vagueia em todas as regiões de felicidade, livre de decrepitude e morte. Eu digo 'sempre', e ‘livre de morte’ somente de acordo com a forma comum de falar, pois na verdade, aquela forma linga é finita. Aquele homem, no entanto, que (sem ser capaz de transcendê-las) está sob a influência de sua mente e compreensão, diferencia, até em seus sonhos, seu próprio corpo daquele de outro e sente (mesmo então) prazer e dor. Sim, mesmo em seus sonhos ele desfruta de felicidade e sofre miséria; e se entregando à ira e cupidez, encontra com calamidades de vários tipos. Em seus sonhos ele adquire grande riqueza e se sente muito satisfeito, realiza atos meritórios, e (vê e ouve, etc.) como ele faz em suas horas de vigília. Maravilhoso é observar que jiva, que tem que jazer dentro do útero e em meio a muito calor interno, e que tem que passar um período de dez meses completos naquele local, não é digerido e reduzido à destruição como alimento dentro do estômago. Homens oprimidos pelas qualidades de Rajas e Tamas nunca conseguem ver dentro do corpo grosseiro a alma-Jiva, a qual é uma porção da Alma Suprema de refulgência transcendente e que se encontra dentro do coração de toda criatura. Aqueles que se dirigem à ciência de Yoga para o propósito de obter (um conhecimento) daquela Alma transcendem o corpo grosseiro e inanimado, o corpo linga imperceptível, e o corpo karana que não é destruído nem na ocasião da destruição universal. Entre os deveres que foram prescritos para os diferentes modos de vida incluindo o quarto modo (ou Sannyasa), estes aos quais eu tenho me referido, os quais têm yoga como seu principal, e que implicam uma cessação de toda operação da Mente e da compreensão, foram declarados por Sandilya (no Chandogya Upanishad). (O que o orador deseja dizer neste verso é que dhyana não é prescrito somente para Sannyasins mas ele é prescrito também para todas as outras classes.) Tendo compreendido as sete entidades sutis (isto é, os sentidos, os objetos da mente, Mente, Compreensão, Mahat, o Imanifesto ou Prakriti, e Purusha), tendo compreendido também a Causa Suprema do universo com os seis atributos (isto é, onisciência, contentamento, compreensão ilimitada, independência, vigilância eterna, e onipotência), e tendo finalmente entendido que o universo é somente uma modificação de Avidya (ignorância) dotado das três qualidades, alguém consegue contemplar (guiado pelas escrituras), o sublime Brahma.'"


Do Mahabharata


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